No quarto trimestre de 2023, na Região Centro, os hóspedes, as dormidas e os proveitos dos estabelecimentos de alojamento turístico continuaram a registar acréscimos homólogos acima da média nacional. Também as empresas constituídas, as obras licenciadas e concluídas e o salário real dos trabalhadores por conta de outrem observaram variações favoráveis face a igual período do ano anterior. Em contraste, o desemprego aumentou ligeiramente e o comércio internacional de bens evoluiu desfavoravelmente. Já a inflação voltou a desacelerar face aos períodos anteriores, atingindo o valor mais baixo dos últimos dois anos. Estas são algumas das conclusões do n.º 61 do “Centro de Portugal – Boletim Trimestral”, publicação que analisa a evolução conjuntural da Região Centro.
No quarto trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto registou um crescimento homólogo real de 2,2%, justificado, sobretudo, pela procura interna, uma vez que o contributo positivo da procura externa líquida foi marginal. Esta variação reflete uma desaceleração do crescimento face ao quarto trimestre de 2022, mas superior ao trimestre anterior. A taxa de desemprego nacional foi de 6,6%, igualando o período homólogo. Já o nível de preços aumentou 1,7% face ao mesmo trimestre de 2022, tendo voltado a desacelerar face aos períodos anteriores. A confiança dos consumidores tornou-se ainda mais negativa. O indicador de clima económico manteve-se positivo, mas continuou a desacelerar. O euro continuou a valorizar face ao dólar, tal como havia acontecido nos dois trimestres anteriores, mas a um ritmo inferior.
Relativamente à Região Centro, neste trimestre, no mercado de trabalho assistiu-se a uma evolução homóloga favorável do emprego, da taxa de atividade e da população ativa. Em contraste, o desemprego continuou a aumentar, embora a um ritmo inferior ao do trimestre anterior. Também o salário médio líquido mensal dos trabalhadores por conta de outrem aumentou em termos homólogos reais.
No setor empresarial regional observou-se um aumento homólogo das constituições e das ações de insolvência de empresas. Os empréstimos concedidos às empresas continuaram a decrescer em termos homólogos reais, o que já se verifica há mais de dois anos. O peso dos empréstimos vencidos no total dos concedidos aumentou ligeiramente na região, em termos homólogos. No setor da construção, as obras concluídas apresentaram uma evolução positiva na região, a avaliar pelos crescimentos homólogos em todos os indicadores. Também os edifícios licenciados aumentaram, apesar do contributo negativo das construções novas. No que respeita aos empréstimos à habitação, manteve se em destaque a evolução dos empréstimos vencidos, que continuaram a observar quebras acentuadas e cujo peso no total dos concedidos permaneceu como o mais reduzido dos últimos 14 anos.
A atividade turística permaneceu em crescimento na região e no país no quarto trimestre de 2023, o que já sucede há mais de dois anos. Os hóspedes, as dormidas e os proveitos dos estabelecimentos de alojamento turístico continuaram a registar acréscimos homólogos. Já a estada média manteve-se inalterada na região face ao período homólogo.
No comércio internacional de bens, neste trimestre, na região, registou-se uma contração homóloga real nas saídas e um aumento homólogo real nas entradas de bens. O mercado intracomunitário foi o que determinou quer a diminuição das saídas de bens, quer o acréscimo das entradas.
O Índice de Preços no Consumidor continuou a aumentar na região, mas voltou a evidenciar um abrandamento significativo. A maioria dos indicadores representativos do consumo privado deteriorou-se face a igual período do ano anterior.
No PORTUGAL 2020, a 31 de dezembro de 2023, estavam aprovados 8,2 mil milhões de euros de fundos europeus, para financiamento de 12,2 mil milhões de euros de investimento elegível na Região Centro. Destes apoios, 635,3 milhões de euros traduziram-se em medidas para recuperação da crise provocada pela pandemia por COVID-19 na região. O CENTRO 2020 era o programa operacional com mais relevância, sendo responsável por 30% dos apoios, e o FEDER o fundo mais representativo, cofinanciando 47% dos montantes aprovados. O Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos e o MAR 2020 apresentavam as taxas de realização de fundo mais elevadas na região (95,5%).
No PORTUGAL 2030, no final de 2023, estavam aprovados 81,7 milhões de euros de fundos europeus, para financiamento de 96,2 milhões de euros de investimento elegível na Região Centro. Estes apoios correspondem a operações aprovadas no PORTUGAL 2020 ao abrigo do Mecanismo Extraordinário de Antecipação, que, entretanto, transitaram para este novo quadro financeiro. O Programa Temático PESSOAS 2030 era responsável por 90,2% dos apoios aprovados e o Programa Regional CENTRO 2030 pelos restantes 9,8%. O FSE+ era o fundo financiador da totalidade dos montantes aprovados.
Consulte aqui a versão integral do “Centro de Portugal – Boletim Trimestral n.º 61”.